DIAS OFF

Publicada por Cláudia Mendes

“ Há dias em que me sinto vazia, como se um cansaço imenso e letárgico se tivesse instalado sem pré-aviso e me tolhesse o coração e o espírito. São dias em que acordar é pior do que ter um pesadelo e levantar-me da cama me parece mais difícil que atravessar o Atlântico a nado. Manhas submersas em recordações e saudades, a sonhar calada tudo o que quis e nunca tive, mais o que já mereço mas ainda não alcancei. Nesses dias, em que há sempre um pouco de sol mas a chuva ainda não desceu à terra para a lavar e sacudir, só me apetece ficar quieta e esquecer o mundo, na esperança que o mundo, por um dia, também se esqueça que existo. Gosto da sensação de me subtrair e desaparecer magicamente, partir sem deixar rasto, esconder-me de todos e de mim própria para ver se me encontro. (…)
Nos dias off apetece-me que a minha casa se transforme numa concha com um frigorífico cheio de iogurtes e uma estante com os melhores livros da minha vida. Nesses dias de esquecimento voluntário do mundo, desligo os telefones, penso que o que quer que acontece não pode ser nem tão urgente nem tão importante que não possa esperar mais 24 horas e rezo a um deus qualquer que me tire desta letargia solitária e imensa, onde me afogo para não desaparecer. Mas espero ainda um sinal do mundo, um livro ou um disco, enviados pelo correio ou um ramo de alfazemas, que me aqueça o coração e me faça pensar que apesar de tudo ainda vale a pena estar viva.”

Margarida Rebelo Pinto in “as crónicas da margarida”

Nem todos os dias assim o são, mas quando são mesmo, mais vale mesmo ficar-mos sossegados, não vamos nós fazer algum disparate!

=)
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Ela!

Publicada por Cláudia Mendes
“Há pessoas que entram na nossa vida para nunca mais saírem. E ainda bem. (…) a vida ensinou-me que se devem tratar as coisas mais importantes como se fossem pormenores e dar o maior valor aos mais pequenos pormenores.
(…) Hoje olho para trás e vejo que durante uma vida ela me deu gratidão profunda e desajeitada que me faz telefonar-lhe de vez em quando e dizer-lhe que a adoro, que nunca conheci ninguém como ela (…), que se não fosse ela, talvez eu não soubesse o que querem dizer coisas tão pequenas como atenções, mimos e bolinhos de areia e coisas tão importantes como amor, abnegação e generosidade.”
Margarida Rebelo Pinto in “as crónicas da margarida”

Achei este texto quase perfeito para descrever um pessoa que me é muito importante, das mais importantes – a minha avó!
A minha avó é muito mais que uma avó ou que uma super-avó! Muito mais que uma amiga, um conselheira ou até que um mãe. Para mim, a minha avó é o meu segundo eu!
Sabe sempre tudo o que se passa, é o meu porto de abrigo, de consolo e a voz da razão. Nem sempre diz aquilo que quero ouvir, e que acho certo, mas raramente se engana!
Sim, também me dá nas orelhas, também ralha e também fica chateada quando faço algo que não lhe agrada, mas a relação que existe entre nós é muito mais importante que tudo isso.
Falo da minha avó como poderia falar do meu avô, sõ ambos demasiado especiais, mas avó é avó, é mulher e nós entendemo-nos. xD

Obrigado por seres quem és!
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Publicada por Cláudia Mendes
Depois de umas semanas de estudo, de 2 exames e já de algum cansaço volto aos livros. Enquanto a moleza aperta e e a perguiça persiste, apeteceu-me vir aqui escrever um bocadinho.
Ora bem, final do secundário, exames, mudanças e mau humor é tudo o que reside na cabeça de um jovem. É verdade!
Chegou a altura de nos afastarmos daqueles amigos de todos os dias, de decidir o nosso futuro , o nosso futuro profissional e pessoal!
E eu não sou excepção. Ando com um mau humor insuportavel, eu sei! Sei que o que me apetecia neste momento era largar os livros e divertir-me, rir, sair, esquecer as horas, mas não posso! Estudo e luto por um lugar numa faculdade, e de preferencia num curso que goste. Mas depois ponho-me a pensar... e agora vou embora daqui, longe dos meus amigos, de tudo, e a perco a vontade.
São estas mudanças que nos fazem aflição, o desconhecido, a mudança de "um mundo" que era o nosso, e no qual viviamos tão bem! E sei que me apetecia ficar por cá, acomodada nesta vida que levo e que tanto gosto! Mas sei que não devo, não posso e por mais que não queira quero mesmo (que estupidez). Porque tudo isto vai valer a pena um dia, um dia!
Agora, voltar aos livrinhos, tem mesmo de ser! :)
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Publicada por Cláudia Mendes
Bem, passaram pouco mais de 2 dias e parece que aquele sentimento passou.
Foi um fim de semana atribulado, cansativo mas ainda mais produtivo. Sinto-me bem cheia de coragem e acredito que as palavras vem na altura certa, no momento certo. Esta ausência de contacto com as pessoas e momentos de reflexão deram-me o tempo que não tinha há muito para pensar. Pensar que de uma forma ou outra tudo tem sentido e nada vem por acaso.

Mas retive deste fim de semana as seguintes palavras : " perdoa todas as pessoas, todos os teus amigos, nem que seja para ficares bem contigo própria! Não te deixes afectar pelas atitudes menos correctas, porque quem as tem não é afectado!" .

E realmente tem algum sentido. Por muito que nos magoem, é muito raro que provoque neles algum efeito. Então, por muito que não esqueçamos e que de alguma forma fiquemos sempre marcados, o melhor é esquecer e deitar para traz das costas aquelas coisas que de uma forma ou de outra nos deixam tristes ou desiludidos! É óbvio que nem tudo pode ser perdoado, mas tentar não custa!

Pelo menos, acho que agora consigo aguentar o barco por mais uns longos tempos! ;)
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